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Risco aumentado e risco baixo no mesmo laudo, numa mesma característica. E agora, José?


Se você é um profissional da área da saúde que trabalha com exames genéticos, certamente já se deparou com a complexidade das informações presentes nos laudos de mapeamento genético. Essa semana, me deparei com três pacientes que apresentavam essa dicotomia nas páginas do laudo que falam sobre facilidade em exercícios de endurance, detalhando as seções "benefícios em atividades físicas" e "resistência atlética", presentes no exame genético da DNA Club.

Na análise do gene ACE, observamos um fascinante insight sobre a predisposição de alguns pacientes para exercícios aeróbicos. A expressão aumentada do gene que codifica a enzima conversora de angiotensina, resultante da presença de dois alelos específicos, facilita a entrega de nutrientes e oxigênio durante treinos de longa duração. Isso significa que esses indivíduos podem experimentar benefícios significativos ao se engajarem em atividades físicas como ciclismo, maratonas, natação...

Por outro lado, a seção dedicada à "resistência atlética" revela uma abordagem diferente. Aqui, a presença de dois alelos de "risco" no gene ADRB3 indica um potencial desafio em treinos aeróbicos ou de endurance. Este gene, responsável pelo receptor beta adrenérgico 3, presente em células adiposas, desempenha um papel crucial na regulação da lipólise - o processo de quebra de gordura para fornecimento de energia. Logo, quem possui os alelos de risco, tem mais dificuldade para mobilizar essa fonte de energia, tão útil nesse tipo de treino.

Os alelos específicos apresentados nos laudos desses pacientes, coincidentemente, impactam a capacidade do organismo de utilizar a gordura como fonte de energia durante exercícios prolongados. No entanto, a resistência atlética não está comprometida, pois podem apresentavam vantagem lá no gene ACE. Lembre-se que esse quadro poderia ser invertido também.

Em termos práticos, para orientar esses pacientes que apresentam essa dualidade nos resultados, eu recomendaria a prática de treinos aeróbicos com intensidade sim, idealmente com a supervisão de um treinador especializado. Apesar da possível dificuldade em mobilizar a energia a partir da quebra de gordura, um planejamento cuidadoso das refeições pré e intra treino pode otimizar a eficiência na disponibilização de ATP, garantindo um suporte adequado para o desempenho atlético.

Em suma, o exame genético da DNA Club proporciona insights valiosos sobre a predisposição genética de seus pacientes em relação aos exercícios de endurance. Ao entender essas nuances, os profissionais da saúde podem personalizar suas abordagens, orientando os pacientes para alcançar o máximo potencial em suas jornadas de condicionamento físico.



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